A adolescência é um período complexo. O jovem já se sente pronto para certas atitudes, mas ainda não tem maturidade para enfrentar as consequências. Ele se encontra em um momento de reconstrução de identidade, por dentro e por fora. Para ajudar a lidar com os conflitos dessa fase, a terapia cognitivo-comportamental para adolescentes tem apresentado bons resultados.

Neste post, vamos relembrar o que é a terapia cognitivo-comportamental (TCC), como ela funciona no tratamento dos pacientes mais jovens e quais são os benefícios desse método terapêutico. Vamos juntos nessa leitura? Continue!

A TCC é uma abordagem de psicoterapia que avalia a relação entre pensamentos, emoções e comportamentos. Tem o enfoque na alteração de determinados padrões mentais, que seriam o gatilho para os problemas psíquicos do indivíduo.

De acordo com essa linha terapêutica, comportamentos inadequados e reações emocionais negativas são causados por distorções cognitivas — visões equivocadas da realidade. Com base nesse entendimento, o psicólogo ajuda o paciente a contestar seus próprios pensamentos automáticos e considerar diferentes alternativas para analisar um conflito.

Em geral, os tratamentos com TCC são feitos em curto prazo. Trata-se, portanto, de um modelo psicoterápico bastante diretivo, com sessões estruturadas, metas definidas e foco em problemas específicos.

E apesar de considerar o histórico do paciente, essa abordagem não se concentra em conteúdos mentais bloqueados e investigações do inconsciente. O objetivo é propor soluções concretas às perturbações que causam sofrimento ao indivíduo no momento presente de sua vida.

Mais do que solucionar os conflitos, a TCC busca realizar uma reeducação cognitiva no paciente. Isso é feito por meio da compreensão de que não podemos controlar os eventos externos, mas somente nossa forma de interpretá-los e o posicionamento que assumimos diante dos acontecimentos.

No entanto, a terapia cognitivo-comportamental não trabalha somente a reformulação dos padrões de pensamento. Com sua origem no behaviorismo, a TCC também utiliza técnicas de modificação dos comportamentos. Dessa forma, o paciente aprende a treinar suas habilidades e desenvolver novas formas de agir.

Como é a terapia cognitivo-comportamental para adolescentes?

A desorganização interior do adolescente, natural da idade, vem acompanhada da impulsividade e do desejo de desbravar o mundo. Em meio a esse mar de emoções e descobertas, muitas lacunas não são preenchidas, dando origem a diversos conflitos psicológicos. Apesar da vitalidade e da postura impetuosa, os jovens, na verdade, são seres bastante frágeis, inexperientes e com pouca resiliência.

Na opinião da psicóloga e supervisora dos cursos do Cognitivo, Luciane Piccoloto, “muitas coisas se tornam acessíveis para as quais os adolescentes não estão 100% preparados para enfrentar”. Ela fala ainda que os jovens enfrentam uma fase de transição, vivem novas experiências, mas que ainda não têm maturidade para agir da forma certa.

Segundo a psicóloga, “muitas dessas ações podem ter consequências mais tarde. Às vezes elas têm ligação com dependência de substâncias, relacionamentos, amizades, mas o adolescente ainda tem a dificuldade como um todo de lidar com isso”. Por essas e outras razões é que o processo terapêutico pode ajudar os jovens a compreender suas emoções e enfrentar os conflitos.

A autopercepção negativa normalmente está por trás dos problemas emocionais. É o caso, por exemplo, dos pacientes diagnosticados com distúrbios alimentares. Essas pessoas, com frequência, apresentam baixa autoestima e autoimagem distorcida. Esses sentimentos e pensamentos são molas propulsoras para comportamentos nocivos.

A terapia cognitivo-comportamental para adolescentes já produziu melhoras em diversos quadros, como depressão, ansiedade, transtornos alimentares e abuso de substâncias. Entre outras estratégias, a TCC acrescenta atividades positivas e reforçadoras à rotina do paciente, além de reestruturar as crenças irracionais.

Um ponto importante a considerar é o envolvimento do adolescente com a terapia e sua necessidade de controle. Como muitos são levados pelos pais, contra sua própria vontade, eles podem ficar resistentes no início.

Para Luciane Piccoloto, também é importante tomar cuidado com a linguagem utilizada e com a forma de abordar os pacientes mais jovens. Ela diz que “se o adolescente for muito confrontativo, querendo dizer o que é certo ou errado, então a abordagem tem que ser diferente daquele papel de pai e mãe que cobra tudo”.

Diante disso, o psicólogo precisa criar um clima favorável, conquistar a confiança do paciente e possibilitar o vínculo terapêutico. Assim, ele ficará mais engajado e participativo no processo.

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